Passei por aqui

Passei por aqui para plantar o que colherei...
Para arrancar um sorriso com sabor de amor e cheiro de carinho...
Passei por aqui semeando saudade, plantei mudas de felicidade.
Segui a idade, a perguntei sobre lealdade...
Nada menos que a verdade na escassez da cumplicidade.
Em teu olhar encontrei o silêncio, um vazio não dito de palavras necessárias, benditas no estalo de nosso beijo.

Depoimentos de um dia

Desde aquele nosso encontro, tornei-me prisioneiro de uma cadeia sem paredes controlada pela liberdade, o delegado astuto. Esperto, deixou-me livre para escolher essa prisão como moradia. Sem limites, este sentimento cativado entre nós é responsável por nosssas escolhas, distorce planos de quando ainda criança, de quando tudo era simples. Sentimento, este que molda comportamentos, molda pensamentos e desejos. Tudo em vida molda tua face, teus contornos, memórias, lembranças, saudades... E ao final de mais um dia de sorriso incansável, vem a noite, hora de dormir... O amanhã avisa-me quão longa será a noite... Sinto saudade hoje... Desejo sempre mais, desejo sempre a ti... Dormir, este foi o modo que encontrei para trapacear meu coração.

Sentiu?

Sentiu? É o amor falando em silêncio...
Sentiu? É o amor nos assistindo...
Sentiu? É o amor, o toque mágico...
Sentiu? É o amor desejando nossos desejos...
Sentiu? É o amor sonhando nossos sonhos...
Sentiu? Ainda sinto e sempre vou sentir, é o amor... Por você.

Lembraças de um dia

Lembrei de um dia doze, aquela noite. Revivi aqueles momentos. Os primeiros olhares, ainda os vejo traçados em teu rosto. Rabisquei algumas folhas na memória, esbocei sorrisos no papel. Comecei recordando momentos inesquecíveis como aquele, beijos, abraços, carinhos. Trilhei pelo tempo de olhos fechados montando nossa aquarela. Desenhei nossas viagens, ônibus, barcos, aviões. Peguei o primeiro balão mágico a procurar por palavras, pequenas palavras, capazes de traduzir este sentimento vestido de saudade. Recortes de amor e paixão sempre soletram “Dany”.

Teoria da relatividade

Vi um coxo andar reto. Vi, também, uma cega enxergar meu coração. Um mudo contou-me, com os olhos, sobre a vida. Um surdo me disse ter escutado Deus falar. Alguns não acreditam em milagres, outros fazem acontecer.

A primeira vez ninguem esquece

Lembro da primeira vez, meio tímido mas querendo parecer confiante, meio ingênuo simulando ousadia. Mal sabia que chegaria a este ponto, um vício compulsivo, mas saudável. Arrisquei o "nada" para conseguir o que queria. Evitei alguns pronomes, troquei alguns verbos, culpei alguns substantivos. Me perdi tentando encontrar o final. Dobrei a direita na terceira palavra, segui durante as duas frases seguintes cautelosamente, fiquei confuso vendo a interrogação, tropecei numa vírgula, mas, logo, aguarrei-me à exclamação. Lutei e andei a procura do ponto final, e quando parecia ter encontrado, percebi, era uma reticência... Não era um fim, todavia era feliz...

Sentimento abstrato

Falamos em outras línguas e poucos entendem nosso propósito. Falamos com as mãos, com os olhos também. Falamos até quando escutamos. Explicamos o viver, vivendo com alguém. Contamos histórias sobre o que doamos ou o que cedemos. Falamos superficialmente, atingimos profundamente. Falamos com letras, pequenos rabiscos, versos tímidos. Compulsivamente espontâneo, não necessita explicação. Isto apenas pode ser vivido, simplesmente, sentindo.