Ainda assim seria humano

Queria ser um super-herói. Poderia salvar o mundo.
Poder voar e não ter limites.
Ser forte e parar balas com os dedos.
Ser tão rápido que diria "disponha" sem ao menos ouvir agradecimento.
Poder escutar os segredos de todos. Sorrir e chorar com cada um.
Poder aquecer os que me cercam com minha visão de calor.
Enxergar o que há dentro do coração de cada ser com minha visão raio-x.
Saber pedir desculpas.
Saber que minha fraqueza seria um simples adeus, seria minha criptonita, sentiria a chuva em meus olhos num dia quente de verão.

Diversão verdadeira

Quando elas se encontram pelo simples acaso com harmonia, como os dedos de um artista sobre a tinta, fazem emergir emoções, nos levam aonde querem, sem ao menos pedir permissão. As vezes, elas nos faltam, em outros momentos, elas vêm com exagero. Mas quando elas estão presentes com equilíbrio e suavidade, nos comovem, nos inspiram, nos fazem chorar. E choramos por que nos enchemos de tanta emoção que nosso corpo não suporta e é inevitável que as águas extravasem as fronteiras.
Audaciosos, apenas passamos os olhos sobre elas e as compreendemos. Será que um dia as pessoas serão assim? Seria como criar um texto, juntando letras sem exageros e na medida correta para proporcionar uma agradável leitura. Elas? Minhas letras? Não, são nossas. Enquanto pequenos, quando possuímos algo mostramos um egocentrismo ingênuo, quando crescemos apenas deixamos a inocência, agora temos a consciência. Deveriamos ser mais inocentes? Apesar disto, quando nos divertimos com as letras e frases, não nos preocupamos se os outros se divertem também. O egoísmo desaparece. Dividimos as mesmas letras, até os mesmos versos. Erramos e não temos medo. Nós, realmente, conseguimos nos divertir, fazer sorrir e sorrir.

Despercebido, eu descobri...

Olhando para o céu, percebo uma atraente aparência assustadora. As folhas das árvores tornam-se secas e místicas. Os olhos das corujas estão mais vivos e o som emitido por este animal se ecoa a quilômetros. À meia noite meus ouvidos atendem a um simples passo na calçada, o qual assemelha-se a uma trovoada. As sombras escondem toda esperança e paz, dando lugar angustia e medo.
Será possível haver uma luz em meio à escuridão? Penso. Então, retorno suavemente meus olhos para o céu e sinto o nascer do sol irradiar seus primeiros brilhos anunciando: era apenas mais uma noite.