O homem em quatro eras
Velhos, como o tempo e pelo tempo, escondem o que deixaram de fazer. Dizem ter feito o que sonharam fazer, mas sonham ter feito o que dizem. Imaginam-se Deuses pelo que acham ter feito. Se tanto fizeram e tanto lutaram, por que seus músculos são flácidos, por que não vemos as glórias? É tudo ilusão. Foram consumidos pelos homens que foram.Quando homens, viviam por seus objetivos mesquinhos. Viviam para ganhar mais e mais. Deveriam ter deixado de ganhar para viver. Eles têm uma sede insaciável por seus objetivos que circundam unidades monetárias. São criminosos, pois, mataram as crianças que viveram neles um dia, na adolescência.Juvenis corrompidos por si e motivados pelos seus sonhos, tentam se superar a cada minuto, a cada respiração. Eles não vivem para fazer a diferença. Tentam motivar a vida e dá-la um sentido. Eles só esqueceram de provar a si que não são infratores. Eles não querem ser mais as crianças que um dia sonharam.Os bebês, verdadeiros milagres vivos, vivem no mundo que criamos, cheio de rotinas, limitações e discriminações. São únicos e conseguem despertar sentimentos adormecidos. São capazes de disfarçar o mundo com aquarela. Eles trazem a ingenuidade e inocência em seus atos. Trazem a paciência e persistência. Erram para aprender. Trazem a alegria até ao cair. Quem já se imaginou rindo depois de uma queda? Nada está ruim para eles e tudo pode melhorar. Quem somos nós?